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Entrevista exclusiva com DUDU LIMA

  • Foto do escritor: Victor Mantovani
    Victor Mantovani
  • 30 de jan.
  • 6 min de leitura

Poucos pilotos têm a autenticidade e o respeito que Eduardo “Dudu” Lima conquistou ao longo dos anos. Desde a infância, até se tornar um dos maiores nomes do Motocross Nacional, ele sempre foi sinônimo de raça e paixão pelo esporte. Nesta conversa direta e sem filtros, Dudu revisita altos e baixos de sua carreira, os bastidores do motocross nacional e os momentos de superação que marcaram sua trajetória. O piloto compartilha desde sua intensa recuperação em 2024 até histórias inusitadas, como ver o filho nascer pelo FaceTime antes de uma largada decisiva.


Victor (Roots Mx): Dudu, estou muito feliz em tê-lo aqui e muito ansioso para essa troca de ideia. Te acompanho desde quando você andava de 80cc e tinha o cabelo roxo (risos), e desde já quero dizer que sou muito fã. Mas aí, quero saber de você, como tem passado?


Dudu Lima: Essa foi uma ótima época do motocross (Risos). Graças a Deus estou bem, uma grande correria mas bem.


Dudu Lima na categoria 80cc | Imagem: Lucídio Arruda (Moto X)
Dudu Lima na categoria 80cc | Imagem: Lucídio Arruda (Moto X)

Victor (Roots Mx): Como foi o ano de 2024 para você?


Dudu Lima: Talvez o ano mais difícil da minha carreira, “sério foi punk” (Risos). Logo na primeira semana de treino acabei caindo bem forte e fiquei alguns dias na UTI tendo algumas lesões um pouco menos de 3 meses da primeira etapa do Brasileiro de Motocross, aí começou aquela luta intensa para minha recuperação e estar presente na primeira etapa. Depois disso, vim melhorando a cada etapa, acho que por mais difícil que tinha sido o ano eu me sai muito bem. Foi um ano de superação para mim. Me mantive no topo em praticamente todas as etapas brigando pelo pódio e até mesmo por vitória na categoria mais difícil do campeonato “MX1”... terminando o campeonato em 4° e sendo o segundo melhor brasileiro. Acho que não posso dizer que foi um ano ruim.


Victor (Roots Mx): Como é o seu processo de treino? O que você faz no dia a dia para manter o foco e a alta performance tanto física quanto psicológica?


Dudu Lima:: Treinamento intenso haha, Acredite! Muitas horas de bike, corrida a pé, academia, treino com moto, meditação, sessões com psicóloga e por aí vai.. acredite, quem está no pódio da MX1 no brasileiro de motocross está muito forte em todos os sentidos. O nível está alto, se você não faz, o seu concorrente faz e você não vai vencê-lo.


Victor (Roots Mx): Existe algum piloto com quem você tem/teve uma rivalidade mais forte, seja dentro ou fora das pistas? Como foi/é para você?


Dudu Lima: Essa é uma ótima pergunta! sim todo mundo tem um rival, as vezes dois ou três haha. Acho que teve dois pilotos que me incomodaram por algum tempo com brigas dentro e fora da pista. Um deles foi o Thales (Vilardi) que virou meu companheiro de equipe e o outro foi o Jetro (Salazar), acho que esses últimos dois anos Deus me mostrou muita coisa boa e muita compaixão pelo próximo, os dois pilotos que nesses últimos dois anos viraram amigos próximos, e o Thales foi o treinador e me ajudou muito, Jetro também, mesmo largando comigo durante o ano, sempre foi um cara que me mandou mensagem. Loko isso, né? Deus muda tudo quando vocês menos espera.


Victor (Roots Mx): Até hoje qual você considera o momento mais difícil da sua carreira e o mais especial?


Dudu Lima: Para mim um momento difícil foi ir correr no México em 2020, por estar longe da minha família num país que não conheço nada nem conhecia ninguém, foi até um momento de superação e provar a minha capacidade. Já momento especial tive muitos, todos nações (MXON) sempre foram especiais para mim. O dia que vi meu filho nascer por FaceTime a menos de uma hora da largada da última etapa do Brmx... foi doidera e especial ao mesmo tempo haha.


Dudu Lima em 2020 quando competiu de Suzuki no México | Imagem: Borella Pró
Dudu Lima em 2020 quando competiu de Suzuki no México | Imagem: Borella Pró

Victor (Roots Mx): O quão pesado é a responsabilidade de ser um dos melhores pilotos brasileiros em atividade?


Dudu Lima: De verdade, essa é uma ficha que nunca cai na minha mente. Difícilmente penso nisso, estou sempre buscando ser uma pessoa melhor dentro e fora do esporte, talvez eu pense nisso quando eu aposentar ou parar de correr.


Victor (Roots Mx): Você passou por diversas equipes e trabalhou com diferentes marcas. Você tem alguma lembrança especial de uma equipe ou equipamento que marcou sua carreira de forma única? Alguma configuração ou parceria que te trouxe uma sensação diferente de performance ou que ficou na sua memória até hoje?


Dudu Lima: Olha, tem algumas sim, uma delas foi poder correr de Kawasaki no Brasil, eu sempre fui muito fã da marca por causa da equipe Pro circuit (de Mitch Payton) e quando a marca veio para o Brasil, a minha equipe foi a primeira equipe patrocinada pela marca, isso me deixou muito feliz na época e me deixa até hoje. Andei 9 anos de Kawasaki e trouxe muitos títulos para a marca. Isso me enche de orgulho.


Dudu Lima em tempos de Kawasaki (2012) | Créditos: Motonline
Dudu Lima em tempos de Kawasaki (2012) | Créditos: Motonline


Victor (Roots Mx): Fora do motocross você gosta de outros esportes (que não sejam às duas rodas)? Por exemplo, você tem um time de futebol do coração?


Dudu Lima: Eu gosto de praticamente todos os esportes! Na verdade eu gosto muito da competição e não gosto de perder nem pro meu Filho jogando UNO kkkkk. Mas um esporte que gosto muito fora do motocross é o Ciclismo, acredite ou não, eu também jogo vôlei com meus amigos todas terça-feira. Acho muito top também.


Victor (Roots Mx): Nas redes sociais vi uma foto sua e de seu irmão (Marcelo “Ratinho” Lima) com Jeremy Mcgrath por volta dos anos 1999/2000, poderia falar um pouco do que você lembra deste dia? Já esteve perto de outros grandes ídolos? Como foi para você?


Dudu Lima: Tenho poucas lembranças desse dia, mas para mim que era criança na época e via ele dia e noite nas fitas cassetes da terra firma foi muito louco ver ele pessoalmente, tenho alguns flashes dele dando um Nac Nac e lembro que ele até caiu no dia. Tive contato com muito pilotos, principalmente nos nações (MXON) e tenho orgulho de dizer nunca tirei foto com nenhum deles haha! Ali, naquele momento, eles eram meus adversários e tudo que eu queria era poder enfrentá-los nas corridas.



Dudu Lima, Jeremy Mcgrath e Marcello "Ratinho" Lima (seu irmão) - Durante o Skol Supercross em Julho de 1999
Dudu Lima, Jeremy Mcgrath e Marcello "Ratinho" Lima (seu irmão) - Durante o Skol Supercross em Julho de 1999

Dudu Lima em preparação para o MXON (França) 2011 - Imagem: Maurício Arruda (Moto X)
Dudu Lima em preparação para o MXON (França) 2011 - Imagem: Maurício Arruda (Moto X)

Dudu Lima MXON Inglaterra (2017) - Créditos: Motomundo
Dudu Lima MXON Inglaterra (2017) - Créditos: Motomundo

Dudu Lima MXON 2023 (França) - Créditos: Show Radical
Dudu Lima MXON 2023 (França) - Créditos: Show Radical


Victor (Roots Mx): Como foram os anos na equipe 595 Racing? Como foi o convite para integrar a equipe e como se sucedeu a saída?


Dudu Lima: Foram 2 anos muito bons! Eu entreguei 100% de mim em todos os treinos e corridas, assim como fiz em todas outras equipes que passei. O fato é que quando você ama oque faz não importa quanto você ganhar ou qual estrutura você tem, você vai fazer tudo que estiver ao seu alcance para ser a sua melhor versão. Sobre a saída, eu não esperava... mas paciência. Acredito que Deus tem o melhor plano, é só confiar que vai ser feita a vontade dele.


Victor (Roots Mx): Já tem algo certo para 2025, como novos patrocinadores, mudanças de equipe ou até competições diferentes que você vai disputar? Pode nos contar o que está por vir?


Dudu Lima: Pra te falar a verdade, hoje eu não tenho nada, nenhuma equipe nem patrocínio, nem nada, talvez eu nem corra em 2025. Como eu disse, que seja feita a vontade de Deus. Se quiser que ser, vai aparecer a oportunidade na hora certa, se tiver que parar também estou pronto pra seguir minha vida numa forma diferente.


Victor (Roots Mx): Ao longo de sua carreira, você já teve algumas lesões (o motocross é o que é), e como você lida com o processo de recuperação? Qual é o segredo para se manter estável psicologicamente?


Dudu Lima: Esse ano eu tive algumas lesões sérias e pude ver a graça de Deus em todas as minhas recuperações. Nunca me recuperei tão rápido de lesões tão sérias e voltei em alto nível tão rápido, quando machuquei no começo do ano e fiquei na UTI tive tempo pra pensar em muita merda, mas por algum motivo eu só conseguia pensar “vai dar tempo, eu vou estar na primeira etapa” acho que ter  bons amigos e familiares orando por você o tempo todo, isso te deixa forte psicologicamente, é uma força divina mesmo.


BATE BOLA


Ídolo internacional: Eli Tomac


Ídolo nacional: Meu irmão, claro (Marcelo "Ratinho" Lima)


Comida preferida: Parmegiana


Filme/série preferida: Filme Jurassic world e série tour de França/ F1


Estilo musical: Metal /rock and roll / blues


Deveria ter mais no motocross: Premiação para incentivar a base e os pilotos que estão mais atrás no campeonato


Deveria ter menos no motocross: Deveria ter menos problemas com os organizadores


Hobbies: Ciclismo, atletismo e vôlei


Sonho realizado: Classificar no motocross das nações


Sonho não realizado: Correr uma etapa do ama motocross




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